25 de agosto de 2011

O IMPOSTOR QUE VIVE EM MIM


O Impostor que Vive em Mim

Essa semana mais que nunca tenho percebido o quão lixo eu sou.

Vejo pessoas ao meu redor precisando de ajuda. Todos os dias passamos por pessoas que precisam de ajuda. Mas nem percebemos. Por que? Porque só olhamos pra nosso próprio umbigo. Mas só posso falar de mim, pois sou a pessoa que mais me conhece, felizmente.

É incrível a capacidade que temos de perder tempo com coisas inúteis. Como conseguimos jogar sempre para frente coisas importantes. As coisas que Deus realmente precisa que façamos. Falo por mim. Eu consigo perder tempo cismando com alguém, me focando no que não devo.

Mas e ai, o que realmente importa na vida?

Essa semana aconteceu algo que me fez ver, que Deus usa aqueles que estão dispostos a ser usados. Não só os cristãos e os pseudo crentes evangélicos que muito falam e pouco fazem, e nesse caldeirão, eu to dentro.

Meu chefe fez algo que nunca imaginei ver na vida. E olha que já vi muita coisa nessa vida. Ele chamou um morador de rua pra trabalhar na empresa.

Quando soube fiquei espantado, como todo mundo lá. As pessoas começaram a dizer que ele era louco de colocar um morador de rua la, que convivia com drogados, bandidos e todo tipo de marginal.

Então fui perguntar ao meu chefe se isso era verdade. Ele confirmou que sim.

Perguntei por que ele decidiu fazer isso.

Ele disse que sempre via aquele garoto de 17 anos, que mora na rua ir todas as manhãs pegar papelão na loja. Esse garoto sempre estava de chinelos, camiseta e shorts, mesmo no frio. Pois é a roupa que ele tem. E via que ele não era um garoto ruim. Um dia sentiu que deveria dar uma chance pra ele. Pois ele só precisa de uma oportunidade.

Chegou pro garoto e perguntou: Você quer trabalhar com a gente? O garoto disse que lógico, me da um emprego, me da um emprego, repetia ele.

Disse pro garoto estar no dia seguinte no administrativo as 8h30 pra uma entrevista. O garoto chegou lá as 6h30 da manhã todo ansioso e ficou esperando. Ele conseguiu uma calça e uma camisa bem velhinha pra ir na entrevista. Era o que de melhor ele tinha, e ele foi como ele é.

Confesso que isso me fez pensar muito no lixo que eu sou.

Enquanto eu e todos que passam por aquele garoto o enxergava apenas como uma mobília da cidade, como apenas um mero catador de papelão que convive com drogados e bandidos, um cara conseguiu ver ali, um homem que apenas precisava de uma oportunidade.

Meu chefe ainda disse que daqui alguns anos quer ver esse garoto casado e com sua casinha.

Quantas pessoas passam por mim todos os dias e só precisam de uma oportunidade? Quantas pessoas precisam de mim? Quantas pessoas eu tenho olhado e enxergado neles: “oportunidades”?

Na verdade, eu só tenho olhado para as pessoas fora do meu circulo de convivência, como mobílias.

Muitas pessoas me dizem que não se sentem usadas por Deus, que não se sentem capazes pra servir a Deus. E outros blá blá blás. Mas diz ai, como você tem olhado para as pessoas? Como mobílias ou como oportunidades?

Certa vez li um livro chamado “O Impostor que Vive em Mim” do Brenann Maning. E hoje mais que nunca vejo que eu não passo de um mero impostor. Alguém que vê as outras pessoas como mobílias. Alguém que sempre arruma desculpa para as cagadas que faz, e se preciso até arranja um versículo bíblico pra se defender. Alguém que não gosta de algumas pessoas e que faz com que elas também não gostem de mim.

Sou um impostor que tem 24h do dia pra fazer "trocentas" coisas mas que não separa nem meia hora pra falar com Deus.

Alguns meses, completei 28 anos de idade. A alguns tenho tentando ter uma vida Cristã, tenho tentando caminhar em direção ao Pai. Mas vejo que no meio dessa caminhada, tenho desviado meus olhos e pés desta estrada.

Percebi que com o tempo eu tenho engaiolado Deus, e que só vou vê-lo, quando preciso de algo.

Na verdade, todos nós. Sempre temos uma desculpa pra tudo. Lemos a bíblia como um manual de instruções e só recorremos a ela e a Deus, quando temos algum problema. Quando na verdade, deveríamos utilizar o amor que aprendemos em todo tempo, como todo mundo.

Hoje eu vejo que sou um impostor que não esta com os olhos abertos pra que Deus quer que eu veja, e nem com o coração disposto a ser quem Deus quer que eu seja.

“A história atesta que a religião e as pessoas religiosas tendem a ser tacanhas. Em vez de aumentar nossa capacidade para desfrutar a vida, a alegria e o mistério, a religião frequentemente a diminui. A medida que a teologia sistemática progride, o senso de maravilhamento declina. Os paradoxos, as contradições e as ambiguidades da vida são codificados, e o próprio Deus é encaixotado, engaiolado, confinado dentro das páginas de um livro com capa de couro. Em vez de uma história de amor, a Bíblia é vista como um manual de instruções”. (Brenann Maning)

Que Ele nós perdoe. Sempre.
Doug. Um impostor

Extraído do Blog Vineyard Mogi: vineyardmogi.blogspot.com
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