"A Páscoa diz que você pode pôr a verdade em uma sepultura, mas ela não ficará lá". Clarence W. Hall
Um escritor do passado disse uma poderosa verdade: "A melhor notícia que o mundo já ouviu veio de um túmulo vazio". Ressurreição! Esse foi (e ainda é) o evento mais espetacular de todos os tempos. A notícia mais aguardada foi ouvida: "Ele vive!" Somente nas cartas de Paulo, há cerca de 53 referências à ressurreição. Ela é a grande certeza da igreja.
Um dos perigos da atualidade é a sutil desconstrução da ressurreição: num mundo sem encantos a tentação é a ideologia vazia de uma ressurreição sem fascínio, sem perplexidade. Cientificamente dissecada, espiritualmente negligenciada. É a tentativa satânica de ridicularizar o magistral.
O que mais me encanta na história da ressurreição é que, embora sendo extraordinária, operou no comum. Ela não foi um evento sufocante. Jesus não a utilizou como mecanismo de intimidação, marketing pessoal ou emocionalismo. Ele não fez chantagem celestial. Ele poderia ter dito: "esperem na porta do túmulo e vocês vão se arrepender por terem zombado de mim", mas não, ele não sujou o momento com sentimentos mesquinhos.
A ressurreição se deu na companhia de amigos que se conhecem pelo nome: "avise aos meus irmãos" (Mt. 28. 10). Não foi uma exibição impessoal feita diante de multidões extasiadas pelo miraculoso, foi vivenciada intensamente numa rede de contatos pessoais. Foi privilégio dos íntimos. O que me espanta ao ler os textos dos evangelhos tratando da ressurreição, é a coragem de algumas mulheres para irem ao túmulo adorar um Cristo morto!
A história da ressurreição não tem a predominância do masculino. Como numa tentativa de redimir Eva, essa história tem o charme e a sensibilidade feminina. Marcos e Lucas citam as mulheres comprando perfume para levar ao túmulo. Uma tentativa de lutar contra a realidade inflexível da morte. Sabiam elas que a morte apodrece... resolveram perfumar o caos. A ressurreição é a história de uma revolução do belo na cara feia da morte. Elas, que adoraram um Cristo morto, foram as primeiras a testemunharem de sua vida!
Elas foram ao túmulo cuidar de assuntos que envolviam a morte, mas foram surpreendidas e passaram a espalhar a noticia da vida! O texto revela nuances da natureza de Deus. Elas estavam preocupadas com a pedra e o trabalho que teriam para removê-la. Esqueceram-se de que Jesus revelou que "O Pai trabalha", que Deus é o único Deus trabalhador da história. Chegaram lá e o trabalho já estava feito!
Em João 20.15 vem a grande revelação: Maria chora, desesperada, ao ver o túmulo vazio. Seus pensamentos estão em confusão, lágrimas rolam abundantemente. Ela vê um homem andando pelo jardim do túmulo. O texto coloca o detalhe: "Ela pensou que ele fosse o jardineiro". Como é lindo isso! Ela estava certa! Ele era o jardineiro! Deus voltou para o jardim. Saiu do deserto: "voz do que clama no deserto" (Mc. 1.3). A ordem foi restaurada. O Éden tem sua cor. A redenção de Eva.
O túmulo está vazio! A igreja não chora a morte de Cristo como quem perdeu o horizonte da esperança, mas como quem sabe que aquela morte era nossa, mas Ele morreu por nós, portanto, agora temos o que celebrar...
O túmulo está vazio! A igreja não chora a morte de Cristo como quem perdeu o horizonte da esperança, mas como quem sabe que aquela morte era nossa, mas Ele morreu por nós, portanto, agora temos o que celebrar...
Alan Brizotti
Extraído do blog: alanbrizotti.blogspot.com