20 de dezembro de 2010

UMA IGREJA SEM PROPÓSITOS???

Uma igreja SEM propósitos?
Não é um novo modelo de gestão para sua igreja. Não é uma crítica ao sistema que nasceu da experiência da Saddleback Church, na California (Pr. Rick Warren). Tampouco estou falando das igrejas que não adotam este modelo, e sim outro, etc.

Se trata a igreja como um todo. Igrejas locais, com endereço, com estatuto, com membros e líderes. Que são, ou deveriam ser, a expressão local da igreja universal de Jesus Cristo.

Há em nossos dias, várias igrejas, de várias denominações, algumas históricas, outras de história bastante recente. Algumas que crescem, outras que estão do jeito que sempre foram, e outras que vem se arrastando, mantendo a velha programação e esperando que os gloriosos tempos de outrora voltem algum dia, quando faltava lugar pra tanta gente sentar.

Mas, voltemos aos propósitos. Eta palavrinha bem usada recentemente, não? Igrejas com propósitos, vida com propósitos, 40 dias com propósitos, tudo com propósitos...

Agora... pensando na definição bíblica de igreja, dada por Jesus: existe igreja sem propósitos?

Eu creio que a única resposta cabível é não! Jesus estabeleceu a sua igreja, e disse o que ela deveria ser e fazer. Estabeleceu os seus propósitos. Pouco mais tarde, o Espírito Santo, por intermédio de Paulo, Pedro e outros, estabeleceu algumas normas pelas quais estes propósitos deveriam ser alcançados. Portanto, igreja bíblica é igreja com propósitos (mesmo que use o G12, que se divida em células, que siga a árvore do discipulado, que se organize por ministérios, etc, etc, e mesmo que adote o modelo da igreja com propósitos).

Mas se pensarmos no que temos conseguido e observado com nossas igrejas por aí, começo a pensar que existem variações um tanto estranhas. Penso que todas elas continuam a ser igrejas com propósitos, mas convenhamos... tem cada propósito por aí...

Eu o convido a analisar comigo alguns casos e até a pensar em outros, caso você queira. Lamentavelmente a relação é meio que extensa.

A igreja com o propósito de cultuar a tradição - ora, que se danem os
perdidos. Ora, que se danem os jovens e os que querem novidades. Nossa igreja sempre foi assim, ainda é assim, e sempre será assim. Foi assim que sempre fizemos, e assim sempre faremos. Pelo menos até que os manda-chuvas morram.

A igreja com o propósito de quebrar paradigmas - temos que modernizar! Temos que achar um novo meio de fazer as coisas! Tudo novo é melhor. Esqueça o que sempre foi feito. O deus dessas igrejas é a quebra da tradição, é o novo modelo. Estão tão atentas em seus novos métodos que se esquecem de pregar o evangelho.

A igreja com o propósito de construir o templo você já contribuiu? Você já fez seu compromisso de fé? Ora, apresse-se irmão! Temos que comprar os vidros! Temos que isso, temos que aquilo. Temos que construir nosso edifício de educação religiosa. A igreja vira um canteiro de obras, e o edifício passa a ser o “objeto de adoração”.

A igreja com o propósito de vender favores – venha ao nosso culto dos endividados! Venha ao nosso culto da libertação! Venha ao nosso culto da cura e da unção! Venha ao nosso culto disso, culto daquilo. Seja um dos nossos, contribua (claro), e receba com juros e dividendos os favores de Deus. Ah... você já fez tudo isso e o favor não chegou? Falta de fé, irmão...

A igreja com o propósito de mostrar fenômenos – se você vai ao culto de uma dessas igrejas e não sente nem um arrepiozinho, avalie a sua fé, meu caro. O fogo tem que descer. O pau com o capeta tem que quebrar. O inimigo é amarrado. Mas parece que ele acaba se soltando, pra poder ser amarrado de novo no próximo fim se semana.

A igreja com o propósito de triunfar – pensamento positivo, meu velho. Carro importado, sim. Clame por mais faturamento, amigo empresário! Que seus negócios reflitam o poder de Deus! Ah..., é... sei..., mas sabe, esse negócio do apóstolo Paulo dizer que sabe o que é ter fartura e sabe o que é passar necessidade é uma passagem isolada... esse negócio de combater o bom combate, de espinho na carne, é tudo uma visão momentânea...

A igreja com propósito de conviver - é o princípio do monte da transfiguração: "bom estarmos aqui, Senhor! Façamos aqui três tendas!" É a igreja-clubinho dos amigos. Tem um sentimento de família imbatível. Os membros se amam e se dão bem. Tão bem que não querem estragar o ambiente deixando mais gente entrar. Por isso esquecem de pregar.

A igreja com o propósito de discutir teologia - são verdadeiros seminários. Todos os membros sabem tudo de Biblia. Pena que de vez em quando rola uma briga entre os calvinistas e os wesleyanos. Ou entre os pre-milenistas e os pós-milenistas. Brigas entre os doutores da lei. Ensinar Bíblia sempre foi bom, mas há alguns lugares onde o bate-bola teológico foi tão longe que talvez chegue no que Paulo classifica de genealogias intermináveis.

A igreja com propósitos não-declaráveis – pode ser o propósito de comprar uma rede de televisão, de arrecadar dinheiro, de manter o emprego do pastor, de arranjar trabalho para outros obreiros, de montar uma estrutura, de promover alguém na denominação, etc, etc.

Enfim, a questão que fica não é se existe ou não existe igreja sem propósitos. A questão é saber de que propósitos estamos falando.

É óbvio que, filtradas as ironias e um certo humor que existe na descrição dos casos acima, conviver, ensinar, construir, quebrar paradigmas, entre outros, são coisas que precisam passar pela vida de uma igreja sadia e normal. O que não pode ocorrer é que os meios se tornem os fins!

Igreja de Jesus Cristo tem que ter os propósitos de Jesus Cristo. Caso contrário ela é uma confraria, uma associação sem fins-lucrativos, beneficiente, sei lá o que. Pode ter até nome de igreja, mas...
Qual é o propósito da igreja de Jesus? Crescer, fazendo discípulos. Discípulos que são adicionados à família porque lhes é apresentado o real evangelho de Jesus. Discípulos que aprendem a guardar os ensinamentos de Jesus. Discípulos que se multiplicam à imagem de Jesus, conforme Jesus, tendo Jesus como modelo.


Texto Adaptado de Carlos Siderhttp://www.provoice.com.br

15 de dezembro de 2010

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO HOJE!!!

O Bom Samaritano = O Bom Travesti

E perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?”
E ele lhes contou a seguinte parábola:

Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: “Vá passando a carteira”. O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.

Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: “Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você.” Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: “Ego te absolvo...” Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.

Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: “Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!" O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, “aleluia!” e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.

Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: “Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir.” Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.
Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: “Quem foi o próximo do homem ferido?”


Fonte: Portas Abertas

10 de dezembro de 2010

UM DEUS APRISIONADO???

Deus não está preso!

“É nossa responsabilidade que a luz de Deus esteja sobre a nossa vida, para podermos reconhecer a poderosa mão do Espírito Santo, seguindo o modelo de Jesus Cristo e reconhecendo que tudo o que Ele faz é certo”.
Watchman Nee

O que os cristãos almejam? Não falarei da famosa teologia de bênçãos, quero falar sobre o anseio de ter templos cheios com muitas cadeiras ocupadas. Certamente você já ouviu a frase: “Deus vai encher esta igreja”. O que há de errado nisto? Não é para desejarmos o templo cheio? Deus não quer a igreja cheia de gente?

Não há nada de errado em querer que mais pessoas se convertam e sejam discipuladas. Pelo contrário, devemos desejar isso. O curioso é que na nossa cabeça esse desejo está fortemente vinculado à imagem de uma “igreja cheia”. Repare que nessa expressão a palavra igreja é usada como um lugar físico, não um grupo de pessoas. Não creio que é isso que Deus quer dizer quando fala de igreja. Quando Deus se refere à igreja, Ele não está falando de blocos, cimento, areia ou uma arquitetura bonita.

Ao mesmo tempo em que muitos se preocupam com o número de pessoas que podemos reunir numa enorme caixa de cimento, a mudança no coração dessas pessoas freqüentemente é esquecida. O que interessa são os números. Sedentos por eles, líderes colocam nos membros (raramente neles mesmos) o fardo de multiplicar-se. E aí daquele que não conseguir, que cada um “se vire”.

Watchman Nee dedicou-se de corpo e alma ao estudo da Palavra e ao evangelismo. A congregação de Nee em Xangai cresceu tanto que o obrigou a realizar algumas mudanças. Ele dividiu-a em 15 grupos centrados no evangelismo. Cada grupo tinha até 200 pessoas. Nos anos 40 havia 470 grupos afiliados à igreja de Xangai.

O engraçado de tudo isso é que essa igreja enorme não tinha templos. Ela se reunia nas casas das pessoas. Não pense que isso foi fruto de uma visão especial, foi fruto da perseguição mesmo! Watchman Nee não encheu nenhuma igreja, mas ele não cumpriu seu chamado?

Lendo sobre Watchman Nee, percebemos que os propósitos de Deus em sua vida não tiveram fim depois de sua prisão e morte na cadeia. Como em Nee, Deus continuou atuante na vida do apóstolo Paulo, pois o evangelho não pode ser detido por cadeias... ou paredes.

Se nossa motivação como igreja for apenas ser mais uma religião com muitos membros, então nos esquecemos do que Deus pode operar no interior do homem e através dele.
A Igreja de Deus é edificada sobre Cristo que está dentro de cada pessoa que se converte; a edificação do corpo de Cristo é a edificação dos corações em Cristo. Por isso as cadeias e paredes do templo não são relevantes, nem podem deter ou controlar o operar de Deus. É tempo de testificar do amor de Cristo, derramado em nossos corações! É tempo dos filhos de Deus manifestarem a graça de Cristo Jesus, fora das quatro paredes, lá fora onde os necessitados e famintos espirituais estão! Que jamais nos envergonhemos do Evangelho de Jesus Cristo, e que verdadeiramente, nada mais nos importe senão viver com Cristo e para Cristo!


Venha o Teu Reino Senhor Jesus!!!

20 de novembro de 2010

MORTIFICADOS NA CARNE, LIBERTOS NA ALMA E VIVIFICADOS NO ESPÍRITO!!!

TOME A SUA CRUZ

Marcos 8:34-35 - Então ele chamou a multidão juntamente com os discípulos e disse: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho a salvará.

Quando o Império Romano crucificava um criminoso ou preso, a vítima frequentemente era forçada a carregar sua cruz (no centro da cidade) durante parte do caminho para o lugar da sua crucificação. Este é o quadro de um homem já condenado, que carrega a viga da sua própria cruz ao lugar de sua execução. Os discípulos da Galiléia sabiam o que isso significava, pois centenas de homens haviam sido executados desta forma naquela região.

ESTAMOS REALMENTE SEGUINDO A CRISTO? Nos dias de hoje seria andar pelo corredor que vai dar na Cadeira Elétrica. A morte é o destino. Se "negarmos a nós mesmos", e nos entregarmos à morte, não colocaremos qualquer esperança neste mundo. Quando "tomamos nossa cruz" é como se todas as paixões e desejos da carne estivessem condenados.

"Dentre os 'santos de plástico' de nossos dias, Jesus tem que proporcionar o morrer"(A.W.Tozer).


Em outras palavras, as pessoas não querem se comprometer com o evangelho. Elas não querem negar a si mesmas, tomar a sua cruz, e viver o que nos é ordenado. Gostamos muito de ouvir sermões sobre a morte de Jesus, mas não queremos nos considerar mortos para o pecado.

CONSIDERE-SE MORTO

Na verdade nós não temos que morrer; nós já estamos mortos. O que temos que fazer e aceitar a nossa morte! Devemos aceitar a posição de Deus para nós, a saber, que na Cruz eu fomos mortos". Romanos 6:11 - Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus...

A única maneira de encontrarmos o céu aberto é através da morte e de uma crise que nos leva ao fim da nossa própria vida. E a crise da identificação através da experiência com Cristo em Sua morte.

Deixe a sedução do pecado te atingir como se estivesse atingindo um cadáver.
Jesus Cristo diz: "Entregue-me Tudo. Não é o seu tempo, seu dinheiro, ou seu trabalho que é mais importante para mim: Eu quero você. Eu não vim para atormentar o seu ser natural, mas para mata-lo. Nenhuma outra medida seria suficiente. Eu não quero cortar um galho aqui e outro ali, eu quero que a árvore seja cortada. Eu não quero trabalhar no dente ou colocar uma coroa nele, mas sim extraí-lo. Entreguem o seu ser natural completamente, todos os seus desejos, os considerados inocentes e aqueles considerados maus - todo seu ser. EU LHES DAREI UM NOVO EM TROCA. Na verdade, eu lhes darei a Mim mesmo, Minha própria vontade se tornará a sua vontade."

O alvo para o qual Ele está nos guiando é a santidade absoluta; e nenhum poder em todo o universo, a não ser nós mesmos, pode impedí-lo de nos levar àquele alvo. Jesus Cristo nos quer por completo! Este é o propósito da caminhada, e é muito importante que compreendamos isso. Se não entendermos, provavelmente iremos resistí-lo após andarmos com Ele por um período. Quando Cristo nos capacita para vencer um ou dois pecados que estavam incomodando, muitos de nós somos inclinados a sentir (apesar de não verbalizarmos) que já somos perfeitos o suficiente. Mas este é um erro fatal... A questão não é o que nós queremos ser, mas o que Ele pretendeu que fôssemos quando Ele nos fez...

Imagine-se como uma casa viva. Deus vem e reconstrói a casa. A princípio, você compreende o que Ele está fazendo. Ele está tapando os buracos e concertando o telhado para que não haja mais goteiras, e assim por diante. Você sabe que esse tipo de trabalho precisa ser feito, portanto não se surpreende. Mas de repente Ele começa a atingir a casa de um jeito que dói tremendamente e não faz sentido algum. O que Ele está fazendo? A explicação é que Ele está construindo uma casa muito diferente do que você esperava, colocando um compartimento extra aqui, mais piso ali, construindo torres, fazendo jardins. Você pensou que se tornaria numa pequena, porém decente casa de campo; mas Ele está construindo um palácio. Ele mesmo pretende morar no palácio!

João 12:24-25 - Digo-lhes verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto. Aquele que ama a sua vida, a perderá; ao passo que aquele que odeia a sua vida neste mundo, a conservará para a vida eterna.

13 de novembro de 2010

TOME A SUA CRUZ !!!

Paul Washer - A Cruz que os Pregadores Modernos Carregam

25 de outubro de 2010

PROSTITUTAS, CRISTÃOS E DOIS CANOS FUMEGANTES!


Prostitutas, Cristãos e Dois Canos Fumegantes.
Eu conheço muita gente que tem o desejo de conhecer mais para poder ensinar e viver mais, ou melhor; conheço pessoas fascinantes que fazem coisas absurdas no Reino de Deus, que simplesmente não tem cargos nem nomes de instituições para mostrar que eles são “evangélicos”.

Quando foi que perdemos aquele poder criativo e inspirador de influenciar as pessoas e de testificar o poder de Jesus Cristo no mundo secular, mostrando a verdade de Deus?


A maioria dos cristãos optou pela solução mais fácil, refugiando-se em uma espécie de subcultura cristã na qual se envolvem com assuntos cristãos, para depois retornar à sociedade secular, na qual seu Cristianismo é mantido longe dos olhos até o próximo culto na igreja. Em vez de se engajar em apresentar Cristo para o mundo e testificar com o nosso DNA cristão, preferimos criar um mundo paralelo cristão.

Algumas pessoas conseguem argumentar com um Ateu do mesmo nível intelectual sem ser apelativo, outras pessoas conseguem transformar uma conversa “normal” em uma conversar cristã influenciando as pessoas que conversam sem ao menos falar ou citar o nome de Jesus. DNA cristão. DNA de Jesus dentro de nós.

A coisa mais “estranha” que existe são cristãos que fazem acepção de pessoas, além disso tudo tem alguns que não possuem entendimento. Ouvi um relato de uma igreja onde se estava falando de prostituição, prostitutas e de repente um maluco solta a frase “essas prostitutas vagabundas…” Fico pensando "vagabundas"? Será que elas são vagabundas porque são prostitutas ou porque se prostituem e cobram? Porque se ser
vagabunda e quem se prostitui, dentro das igrejas tem várias “vagabundas e vagabundos” que não cobram. Esses tipos de comentários vem de pessoas que estão ainda presos em uma cultura de fazer distinção de “igreja” e mundo. Acho que eles ficam com medo de perder a fé em Deus e começar a ter fé no mundo.
Os cristãos são chamados a “lutar” por sua fé. Esse termo sugere que devem estar prontos para defender suas convicções e que irão enfrentar oposição. A primeira carta de Pedro 3:15 diz aos cristãos: “Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” Mas, para dar razões, você deve, primeiro, conhecer aquilo em que crê, em seguida, saber por que crê; e, finalmente, ser capaz de expressar essas razões para aqueles que não compartilham sua fé. Em suma, deve compreender o que há no Cristianismo de tão surpreendente.
Jesus Cristo hoje, possivelmente estaria em um domingo, do lado de fora de uma igreja do que dentro dela escutando o louvor e a pregação.
Sejam inteligentes, leiam, pratique estudem e viva a bíblia, acredite nela. Igreja não salva, Jesus Cristo salva. Um detalhe importante para você ver que você precisa ir além de igrejas é que em 1960, a Igreja Presbiteriana tinha 4,2 milhões de membros; agora tem 2,4 milhões. A Igreja Episcopal tinha 3,4 milhões; agora tem 2,3 milhões. A Igreja Unida de Cristo tinha 2,2 milhões; agora tem 1,3 milhão. Isso é um problemasso. Ou os cristãos estão saindo dessas igrejas e se desviando ou essas pessoas estão indo para igrejas mais liberais, porém se realmente isso for verdade os cristãos tradicionais que ainda estão em igrejas liberais estão cada vez mais alienados. O problema é que alguns precisam “ainda” tomar a pílula vermelha do Cristianismo e conhecer a explosão que se chama Jesus Cristo.



ADAPTADO DO BLOG - FAITH HOPE LOVE
Jota Mossadihj - http://thedefeatofsatan.blogspot.com/

16 de outubro de 2010

PRA QUE OUTROS POSSAM VIVER, VALE A PENA MORRER (PARTE II)!!!

CONSIDERE- SE MORTO

Porque está escrito na palavra de Deus em Mc 8 e Mt 16: "Então Jesus começou a ensinar-lhes que era necessário que o filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Fosse morto e, três dias depois, ressuscitasse. Ele falou claramente a este respeito. Então Pedro, chamando-o a parte, começou a repreendê-lo [Vejam como desde o início, a igreja se escandalizou com a mensagem da morte] Jesus, porém, voltou-se, olhou para os seus discípulos e repreendeu Pedro, dizendo: "Arreda Satanás! você não pensa nas coisas de Deus, mas nas coisas dos homens"[ Você não está de olho no reino de Deus, mas está de olho no reino dos homens!] Então Ele chamou a multidão e os discípulos e disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" [Se quiser, se alguém quiser] Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a vida por minha causa, achá-la-á. Pois o que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que dará o homem em troca da sua alma? Porque o filho do homem, o Filho de Deus há de vir na glória do Seu Pai, Ele há de voltar com Seus anjos."

E então retribuirá a cada um, conforme as suas obras. Quem fizer de tudo para garantir a sua vida neste mundo, não merecerá a vida no outro. E quem fizer de tudo para garantir a sua vida no outro mundo, perderá a sua vida neste, perderá o controle da sua vida neste mundo. Quem viver de olho nos tesouros deste mundo, receberá somente aquilo que este mundo é capaz de dar. Mas quem viver com os olhos fixos no tesouro eterno, este receberá, este haverá de receber aquilo que a eternidade tem pra dar. Entendam algo... Sabem por que existem religiosos fanáticos que se matam, que se suicidam, que dão as suas vidas para serem destruídas, sabe por quê? Porque eles estão pensando na eternidade, eles estão de olho na eternidade. E sabe por que você se recusa a negar-se a si mesmo e entregar o controle da sua vida a Deus? Porque você está pensando demais nesta vida. E mais, sabem por que é que estes fanáticos acabam dando as suas vidas? Porque eles passaram a vida toda, a vida inteira, ouvindo de seus mestres que morrer é algo valioso, eles passaram a vida toda ouvindo de seus mestres que morrer é algo bom, é algo nobre, é algo honroso, que morrer gera vida. Gera vida.

Mas e a igreja? Mas onde está a igreja? Onde está a voz profética? Onde estão os que pregam a verdade? Onde estão os que pregam? Morram! Onde estão os mestres de Deus a gritarem? Morram! Morram! Pra viver, morram! Por amor a Cristo, morram! Por amar a Deus acima de tudo, morram! Onde estão? Por que os missionários moravianos se vendiam como escravos, pra poderem pregar aos escravos? Porque alguém lhes ensinou que esta vida não vale a pena ser vivida se não for vivida pra Deus. Alguém lhes havia ensinado que, pra que outros pudessem viver, valia a pena morrer.

Enquanto muitos parecem estar fascinados demais com mestres que pregam apenas vida nesta vida... mestres que distorcem o significado de vida em abundância... Apesar disso... Apesar disso, existem alguns remanescentes, existem ainda alguns que se recusam a se prostrar diante dos bezerros de ouro. Existem ainda alguns que se permitem ser aflingidos por amor a Cristo. Alguns que entenderam a voz do Espírito de Cristo, do Cristo que deu o exemplo a ser seguido, não apenas em vida, mas na morte de cruz... e são capazes de dizer "Já não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim" Cristo vive em mim. Amados, a vida é para os que creem, e os que creem não têm medo da morte, não devem ter medo da morte. Quem tem medo da morte não crê. E quem não crê, não viverá. E eis que o morte é o maior medidor da fé. Os que morrem são os que creem.

E termino com um texto bíblico que está em 2Tm 4:2-4, diz assim: "Pregue a palavra [Pregue a palavra], esteja preparado a tempo [e fora de tempo], repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. [Por quê?] Porque chegará o tempo em que não suportarão a são doutrina [chegará o tempo em que não suportarão os caminhos de Deus, os pensamentos de Deus]; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo as suas próprias cobiças."

E estes se recusarão a dar ouvidos à verdade, se recusarão, voltando-se para as fábulas, preferindo acreditar nos mentirosos finais felizes. Que este não seja você, para a glória de Cristo Jesus. Amém.
Ministração - Livres para adorar ( Pra que os outros possam viver)

15 de outubro de 2010

PRA QUE OUTROS POSSAM VIVER, VALE A PENA MORRER!!!

"Pra que outros possam viver, vale a pena morrer. Pra que outros possam sorrir, vale a pena chorar. Pra que outros possam viver."

"Portanto, visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada, não desanimamos. Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano, nem adulteramos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante à clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus. Pois não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus. De todos os lados somos pressionamos, mas não desanimamos; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, pra que a vida de Jesus também seja revelada em nós. Pois nós que estamos vivos somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, pra que a Sua vida também se manifeste em nosso corpo. De modo que em nós atua a morte; mas em vocês, a vida. Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, é passageiro, mas o que não se vê é eterno." 2 Coríntios, Capítulo 4

Pra que outros possam viver, vale a pena morrer.

E nas palavras de 2Co 4 que nós acabamos de ler, pra que outros possam viver, não apenas vale a pena morrer, como deve-se morrer, deve-se. Pra que outros possam viver, deve-se, é necessário morrer pra que haja vida, trazendo sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, pra que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo, pois nós que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, pra que a sua vida também se manifeste em nós de modo que em nós atua a morte, pra que em vocês, pra que em outros, atue a vida. Assim como a semente que não morre, não germina,assim como a semente que não morre é incapaz de gerar frutos, aquele que não morre é incapaz de gerar vida, incapaz... Não fosse o sangue do Cordeiro, não fosse o sangue de todos os mártires que vieram antes de nós, não fossem aqueles que vivem como se não pertencessem a este mundo, não seríamos conhecedores das boas novas da vida, não seríamos.


Mas se as coisas são assim, se isso é verdade, se isso reflete a realidade, se o Senhor teve toda a intenção de dizer exatamente o que Ele disse, por que é então que não morremos? Por que é então que o mundo está cansado de ver uma igreja que deveria carregar a imagem da morte, mas não carrega... não carrega. E não carrega porque ela mesma recusa-se a morrer. Se a ordem é essa... se a ordem é essa por que é então que não vemos mais vidas sendo geradas? Nações sendo alcançadas em meio à voluntária entrega da vida por parte daqueles que se dizem cristãos... por quê? por quê? Porque existe algo de muito errado em nosso meio. Existe algo de muito errado em meio aquilo que chamamos de evangelho do reino de Deus, evangelho do reino de DEUS, não o evangelho do reino dos homens para os homens, não o evangelho do reino desta terra para esta terra, não o evangelho do seu reino pra você mesmo, para o seu próprio benefício... mas o evangelho do reino de Deus, para o benefício de Deus. E existe algo de muito errado porque estamos confundindo o evangelho do reino de Deus, que é para Deus, com outros evangelhos. E o povo, por falta de líderes que preguem o que o povo precisa ouvir e não o que o povo que ouvir... o povo está adorando outros bezerros de ouro. E o grande bezerro de ouro dos nossos dias é a benção. O grande bezerro de ouro dos nossos dias é a vitória, é a conquista, é o bezerro da prosperidade, é a saúde, é o meu bem-estar, é o meu conforto, é a minha necessidade, é o meu reino, é a minha vida. Sete passos pra alcançar a benção aqui. Quarenta dias de jejum da vitória ali. Doze maneiras pra ser próspero um pouco mais adiante. E trezentas e dezoito formas pra você fazer com que Deus faça aquilo que você quer que Ele faça, não importa se Ele queira fazer ou não. Porque, afinal, o modelo de Jesus "Não seja feita a minha vontade, mas a sua" serve pra Jesus, serve pro Filho de Deus, não serve pra mim, não serve pra igreja.

Quantos já foram a alguma campanha do negue-se a si mesmo? Campanha dos três passos para morrer? Ou a campanha das sete maneiras de amar o seu próximo como a si mesmo? Campanha dos quarenta dias de jejum pra que eu possa carregar a minha cruz? Não? Nunca foi? Por quê não? Ora, porque não é isso que é importante,
não é isso. Porque o importante é eu ter o carro do ano. Porque o importante é eu ser abençoado.

O importante é eu mostrar o quão abençoado sou, preciso mostrar. Eu preciso mostrar. Porque, afinal de contas, se ando de carro importado é porque Deus me deu, né, Deus me deu. Porque é muito óbvio que Deus está muito mais importado com o meu ego... Eu sou, eu sou tão espiritual e abençoado, que é muito óbvio pra mim, e é muito óbvio só pra mim, que Deus está mais preocupado em colocar dinheiro nas minhas mãos, pra que eu possa comprar coisas caras e tolas, do que está preocupado em colocar recursos sobre os meus cuidados, pra que eu possa, de alguma maneira, aliviar a dor dos aflitos... Porque Deus é tão bom pra mim, Deus é tão sábio, Ele é tão misericordioso, que Ele prefere que eu compre pra mim o meu centésimo par de sapatos, Ele prefere... é, Ele prefere que eu faça isso mais do que prefere que eu compre algumas marmitas pra dar de comer às crianças de rua. Porque o importante é eu encher o meu celeiro até onde der. O importante é o meu reino, é a minha justiça. Eu trabalhei. Eu suei. Não, não, não, não. Não foi Deus quem me deu, não. Não, não foi Deus quem me abençoou, não, não, foi eu quem ganhei. É justo. Eu trabalhei, é meu. Porque o importante é eu viver como se não houvesse morte, e Deus que me livre de pensar em morte. Coisa negativa não é de Deus. O importante é eu viver como se não houvesse morte, pra que quando a minha hora chegar, eu venha a morrer como alguém que nunca quis viver.

CONTINUA...
Ministração - Livres para adorar ( Pra que os outros possam viver)

22 de setembro de 2010

IGREJA X MUNDO (A.W.Tozer).

Por Que o Mundo Não O Pode Receber?

"O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber."
João 14:17

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo. Não é mais do que um lugar comum religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas coisas opostas, o mundo e a igreja, e realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.



A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria dos?) crentes andam hoje não é causada por falta de clareza da parte da Bíblia. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo. A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão é o que é, não por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento. É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. Escreveu Paulo aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".

A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo.
Ele identificou os Seus irmãos na carne com o mundo e disse que Ele e eles eram de dois espíritos diferentes. O mundo O odiava, mas não podia odiá-los porque não podia odiar-se a si próprio. Uma casa dividida contra si mesma não subsiste. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro. "Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia."

Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo. O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; do mundo, dos que continuam caídos.
Bem sei, e o sinto profundamente quão ofensivo esse ensino deve ser para aquele bando de mundanos que mói e remói o rebanho tradicional. Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento. E quanto se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova geração, uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus ... que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (I Pedro 2:9,10).

A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer, "Senhor, Senhor", e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor. Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do órgão e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.

O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim enganar muitos cristãos, cujos sentidos não são exercitados para discernir o bem e o mal. Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."

Eis aqui o modo como João o declara: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: Que é que isto ensina?
É moral: Estou disposto a aceitar isto e arcar com as coseqüências? Posso agüentar o olhar frio? Tenho coragem de enfrentar os acerbos ataques movidos pelos modernistas? Ouso provocar o ódio dos homens que se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e de acompanhar um apóstolo? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?


O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo. É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Teatro, cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável.

Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famintamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos? E das febris mãos estendidas para mais e maiores "oferendas de amor"? Que dizer do desavergonhado egoísmo entre os cristãos? Como explicar o grosseiro culto do homem que habitualmente infla um ou outro líder popular dando-lhe somas endinheiradas, beijo dado por aqueles que se propõe como fiéis pregadores do Evangelho?

Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nehuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus.

Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente. Precisamos fazer isso, se é que desejamos andar com Deus em nossa geração como Enoque o fez na sua. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16).

Quanto a mim, temo qualquer tipo de movimento religioso entre os cristãos que não leve ao arrependimento, resultando numa aguda separação do crente e o mundo. Suspeito de todo e qualquer esforço de avivamento organizado, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino. Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus. Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que honra o Espírito e renuncia os desejos do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor".

A.W.TOZER (1960)

7 de setembro de 2010

É HORA DE PERDER A VIDA!!!

É hora de perder a vida!

Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á. Mateus 10.39

Pessoas estão se perdendo e perdendo o foco de suas vidas por ter uma definição errônea, do que é “viver”. Viver não é farrear, embebedar, “rodar” por aí sem rumo, chegar às 8 da manhã em casa, fazer o que quiser da vida, ou qualquer outra definição mundana disso.

A Palavra do Senhor conduz a uma meditação muito importante quando nela se lê: “... quem a achar a SUA vida...” Qual o propósito dos Cristãos? O propósito é o de revelar a vida de Cristo em nós. Como isso será feito se a única coisa que é encontrada nas pessoas é o próprio EU?
A Palavra do Senhor é muito mais profunda do que simples versos ou simples interpretações. Nela estão guardados os fundamentos da vida que cada um deveria carregar em seu coração. De que adiantam os anos supostamente “bem vividos” aqui e a eternidade de sofrimento? Será que se pode comparar 70, 80 ou, quem sabe, 90 anos ao infinito?

Mas isso é o que muitas pessoas estão fazendo ao “deixarem para depois” a realidade da salvação. Não teremos alarmes, não teremos aviso prévio da chegada de Jesus; mas temos a certeza de que Ele voltará para nos levar ao céu para vivermos com Ele eternamente. A resposta mais ouvida é: “Sou novo e ainda tenho muitas coisas para viver...” Mas será que realmente terão tempo para viver essas coisas? E quem disse que aceitar Jesus é parar de aproveitar a vida? É ao aceitarmos Jesus que passamos a viver da forma mais pura e agradável!

Existem aqueles que já estão no interior das igrejas, mas ainda não morreram para si mesmos. A vontade dessas pessoas está em cima do muro, está morno, está meio, está no "quase"; e Jesus está ocupando o segundo lugar na vida delas. E para Jesus não existe segundo lugar, pois além do primeiro, qualquer outra posição é considerada a ultima.
É chegada a hora de morrermos para nossas vontades, para que vivamos a maravilhosa vida que Deus quer nos dar. Vamos abdicar do nosso “Eu” para encontrarmos “JESUS” dentro de nós!

7 de agosto de 2010

A NOVA REFORMA PROTESTANTE

Por Ricardo Alexandre

Matéria publicada na revista época
Revista Época

Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.

Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.

Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do
período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.

Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congreg
ação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.

Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”

Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”

Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”

Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

Uchôa lidera a maior comunidade an
glicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”

No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (veja o quadro abaixo). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.

“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”

Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”

Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.

Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.

O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”

A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”

Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, pr
imeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.

O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”

A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”

Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”

O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.

Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão , Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.

A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”

Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.

A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.

O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”

A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.

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